
O universo digital está cheio de frases do tipo “o melhor”, “maior de todos os tempos” e semelhantes.
O termo superlativo surgiu no século 14. Vem do latim superlatif e era usado para descrever algo "supremo, mais excelente, elevado"
A ideia deste post surgiu a partir de uma coluna que um colega da Folha, Sérgio Rodrigues, escreveu na edição de 8 de maio, na Folha de S. Paulo, sobre os superlativos. E este jornalista é um profissional superlativo. Escreve muito bem.
Ele defende que superlativo era Machado de Assis. E diz que adjetivos desse porte não podem ser atribuídos a mitos não consolidados como o jogador Lamine Yamal.
Concordo com ele. Mas não parece ser o que pensa a Geração Z, para quem dou aulas na universidade. Para eles, “hoje é o melhor dia da minha vida” ou “este é o melhor lugar que conheci”.
Tudo para eles parece estar apenas nos extremos. Ou é o melhor ou o pior.
Os superlativos não estão apenas presentes nos títulos de reportagens como “O melhor filme de todos os tempos”, mas também em posts como “Incrível” e “Inacreditável”.
Estão presentes também de uma forma semântica, ou seja, no sentido. Como em “Mude sua vida em três dias com Programação Neurolinguística”.
Peça para os coachs não usarem superlativos e boa parte de suas mensagens sumirão.
Não há problemas em usar superlativos. Eles estão para serem usados. Mas não podemos esquecer que temos a opção de relativizar.
Creio que essa fórmula de superlativar tudo é temporária e uma hora vai cansar.
Mas enquanto for mantida, vamos relativizar que Lamine Yamal é um craque e que, por enquanto, nada de supercraque e fantástico. Fantástico mesmo era Machado de Assis.